terça-feira, 16 de outubro de 2007

O nascimento

Já eram quase 23:00h quando o meu celular tocou, do outro lado uma voz amiga me diz:
-Nasceu! Nosso bebê nasceu.
-Como foi Guilherme? Deu tudo certo?
-Não dá pra explicar, aquele barulho, tudo girando, não dá pra explicar! disse ele com a voz chorosa.
-Me conta, ou melhor passa pro Júlio. - Júlio, como foi?
-Um tesão,cara, um tesão! To com ele na mão agora, amanhã você vai ver.

Eu desliguei o telefone e soltei um berro, daqueles de alegria que vem acompanhado por pulinhos e é claro olhares alheios.
E foi assim que nasceu o “Folha Universitária”, filho de todos aqueles que se encontravam em bares e restaurantes, que passavam horas falando sobre um jornalismo diferente, um jornalismo melhor.

Ele agradou e desagradou a muitos, sofreu críticas e até teve aquele zine, dizendo que o pessoal do primeiro período não entendia nada, nem de diagramação, nem de conteúdo.
O “Folha Universitária” só teve uma edição. Edição que eu ainda guardo com muito carinho, toda assinada por aqueles que um dia serão “os grandes nomes da comunicação”.

Até hoje quando me lembro daquele dia tenho vontade de berrar, de sorrir, de chorar. Talvez as pessoas vejam o jornal como um fracasso, eu vejo como uma vitória. Uma grande vitória, a primeira de muitas. O melhor disso tudo foi que eu pude compartilhar aquela alegria com pessoas que acreditam como eu, em um jornalismo melhor.



Jéssica Feller
que sente muita falta daquele tempo

4 comentários:

Lilian Philippi disse...

A minha assinatura está lá.

Aline Wernke disse...

Eu não participei, mais lembro como foi um passo importante pra todo o 1º período.


E sobre mudar, só pensar em mudar ja é alguma mudança, e eu tbm faça planos para férias... e não quero me frustar dessa vez!
*=

julio garcia disse...

Fico feliz em saber que aquele momento foi importante também para você. A idéia do Folha era acompanhar a evolução dos estudantes de jornalismo, era o novo. Fazer errado para ver se depois seria possível fazer certo. Não fui entendido, tudo bem, eu já sabia, as pessoas tem medo do novo, tem medo de experimentar. Imagine como seria a sua evolução dentro do Folha. O que mais me espanta nisso tudo e voce deve fazer uma reflexão é que o pobre zine daqueles idiotas, nunca mais saiu depois daquele dia. Voce lembra do Sindicato que colocou dois boiolas dentro da sala para dizer que tem que ser jornalista para escrever? Então. Nunca mais ouvi falar no tal sindicato. É cômico coisas desse tipo acontecerem. Mais passou. Mas não morreu pelo visto. Eu tive um momento impar da minha vida naquele período. Ainda lembro do Guilherme soltando lágrimas quando aquela engenhoca da impressora la em São José começou a rodar o jornal. O barulho infernal da máquina dava vida a frases soltas que mais tarde seriam aplaudidas pelos inteligentes e criticadas pelos tontos. Confesso que choramos naquele manhã. Eu e o Guilherme, choramos. Como sempre fui um louco e a cada dia que passa trato de aperfeiçoar minha loucura, posso dizer que vem por aí, a segunda edição. Vou voltar para faculdade e fazê-lo outra vez. Um beijo.

Unknown disse...

Jessi realmente estou sem palavras, muito bom
Sei que não estava nas discussões desse projeto, mas depois conversamos muito sobre este tal jornalismo
Se o Julio e o Gui choraram naquela manhã, admito que ao ler o que você escreveu e o comentário do Julio, meus olhos se encheram de lágrimas
Como falamos na sexta, realmente são tempos que nos trazem muitas lembranças e saudades
Parabéns você está ótima
bjsssss