sábado, 22 de dezembro de 2007

Hasta la vista, baby!

Nos próximos 20 dias eu não atualizarei este blog, razão: estou partindo para a Espanha nesse final de semana. E embora eu fique tentada a postar notícias, não quero comprometer esse pouco tempo de férias com internet!

Desde já desejo um ótimo natal e uma passagem de ano divertidíssima a todos!

Besos,

Jéssica Feller

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Caixa de Pandora

Dentro do maleiro guardo quatro caixas, duas apenas para textos e apostilhas da faculdade, em outra estão milhares de fotos (umas organizadas em álbuns e outras tantas soltas), a mais importante contém todas as cartas, bilhetes, cartões e desenhos que já recebi. Uma vez por ano abro a caixa (agora já quase sem nenhum espaço) e releio todo o seu conteúdo.

Faz parte das tradições de natal, olhar para trás e relembrar tudo o que já passou, para então escrever as metas do ano novo. Minha mente bloqueia a existência de tantas palavras de carinho e amizade, tantas memórias e poesias guardadas naquela caixa. Toda vez que as leio, parece a primeira vez. Este ano em especial, as palavras daqueles que não estão mais presentes, foram ao mesmo tempo nostálgicas e reconfortantes.

Lá estava a história em quadrinhos que o Guilherme fez para me alegrar, em sua visão eu era uma heroína cheia de apetrechos que lutava contra aquela que “roubara” o afeto de determinado rapaz. Estava também a carta que meu padrinho mandou para o retiro da crisma, junto com o cartão de meus avôs e pequenos bilhetes cheios de desenhos feitos pelo meu irmão.

A saudade de todos aqueles me fazia sentir privilegiada, por ter convivido e amado tantas pessoas especiais, que demonstravam o que sentiam e que sempre estavam ao meu lado. No fundo da caixa havia várias folhas de caderno enroladas, lá estavam os famosos relatórios de aula, que falavam de tudo, menos da aula em si. Não importa se ao olhar para o passado você ri ou chora, o importante são as provas de que você viveu plenamente, um dia de cada vez e que no fim tudo aconteceu da melhor forma possível.


Jéssica Feller
que já preparou uma nova caixa para as lembranças que estão por vir

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Pinico



Há dezenove anos a senhora Dalci trabalha aqui em casa. A “vó Mi” como é chamada, cuidou de mim e depois do meu irmão. Ela tem um metro e meio, faz a melhor nega - maluca do mundo e quando ri fica toda vermelha. É ela que me acorda, que conversa comigo em pé na cozinha, que me ajuda a enfeitar a casa para o natal. Esses dias interrompi uma conversa entre ela e minha mãe. Ao sentar-me na mesa, ela me disse:
- Eu tirei você das fraldas
-Como?
-Eu te deixava sentada no pinico o dia todo!
-Poxa vó, obrigada (? !)

Há certas lembranças que nunca deveriam ser compartilhadas e certos métodos que deveriam ser abolidos.

Jéssica Feller
que hoje já sabe usar o banheiro

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

V.I.P

Existem clubes e grupos exclusivos onde você só pode se tornar sócio de tiver QI, muito dinheiro ou nome (há casos em que os três são necessários). Os VIP´s causam fascínio, admiração e muitas vezes, inveja. Claro que existem as pessoas que não a mínima para o tratamento e as regalias dos VIP´s, eu não sou uma delas.

Recentemente eu descobri um lugar maravilhoso para passar os finais de semana, cercado de árvores, com piscina, lago, salão de festas/ churrasqueira, trilha, etc. E como todo bom “clube”, esse lugar é exclusivo e pouco divulgado, mas eu tenho o prazer e o privilégio de ser uma das freqüentadoras.

Acontece que esse oásis é na verdade, a casa de um dos meus melhores amigos, e para ser bem sincera não é por causa dos atributos físicos da propriedade que esse lugar é tão freqüentado. Quando amigos se reúnem, seja para jogar cartas, conversar ou comer (álcool está incluso nas três opções), não importa se vocês estão em uma cobertura ou garagem.

Qualquer lugar pode ser o clube mais exclusivo quando somente as pessoas que você gosta o freqüentam. E existe alguém mais VIP do que seus amigos?



Jéssica Feller
que agora sabe que até VIP se queima se não usar protetor solar

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Minhas férias

Quando somos crianças tudo parece ser mais emocionante. Aniversário é um dia mágico onde tudo pode acontecer, a páscoa é uma busca emocionante por ovos de chocolate, o natal parecia durar anos e as férias de verão era a melhor época.

Hoje tenho consciência de que meu aniversário não é feriado nacional e que as pessoas pouco se importam se estou completando 10,20 ou 30 anos, o natal passa rápido e a maioria dos presentes são sem graça, a páscoa eu nem comemoro mais(me digam se não é o pior feriado para gordinhos), e quanto as férias de verão, essa nunca mais será a mesma.

Eu era feliz quando podia acordar às 10 da manhã, ver desenhos até meio-dia,passar a tarde na piscina, comer bolacha recheada molhada no tang de laranja(era só eu que fazia isso?) e por fim ir brincar na casa de alguma amiga!Aí que delícia eram minha férias.

Hoje tudo isso se resume a: trabalho, televisão, dormir. Mas dessa vez eu vou fazer algo diferente, pois estou cansada de apenas reclamar! Aí está minha lista de compromissos para as férias:
-ler livros que não tenham nenhuma ligação com a faculdade;
-ver todos os filmes que ainda não tive tempo de ver;
-ir pelo menos uma vez na praia (e só uma, não abusem);
-montar uma piscina de plástico e ficar boiando por pelo menos 10 minutos;
-reunir os amigos e ver os filmes do Stephen King e depois ficar com medo de dormir

Jéssica Feller
que sempre promete e nunca cumpre

domingo, 2 de dezembro de 2007

Fantasma do passado

Vestindo terno e gravata preta você me observa do outro lado do salão, tentando reconhecer aquela que um dia foi sua amiga, confidente, amante. Ela está ao seu lado e pelo que vejo, estão mais felizes do que jamais foram. Sento-me e arrumo a saia do vestido que em certa ocasião você chamou de “multicromático”. Retraio cada músculo e fibra do meu corpo para não ir falar com você, tocar você, beijar você.

Prendo minha respiração ao primeiro sinal de sua aproximação. Com sua magistralidade habitual, me beija o rosto e pergunta como estou. Com um tom indiferente ensaiado, digo que estou bem e abro um sorriso, desses que te fazem corar. Afasto-me em direção a porta, e ao descer o terceiro degrau não seguro mais as lágrimas. Por todo o caminho de volta para casa eu repito mentalmente que a culpa disso tudo é sua.

Secretamente anseio que você apareça e me peça perdão, diga que estava errado e que hoje sabe que sou eu, a única mulher para você. Quando chego ao portão olho a minha volta e observo que estou sozinha na rua. Nada fará você voltar em sua decisão, no fundo eu sei que é o melhor para ambos. Seu coração pertence a ela, meu coração pertence a mim.