quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Destinos


Planejar uma viagem pode demorar dias, semanas, meses e por que não, anos. No dia 23 de dezembro eu estarei embarcando para Portugal e de lá irei para a Espanha. Minhas roupas de inverno já estão lavadas e separadas, no mp4 já estão as 500 músicas selecionadas e na estante esperando há um mês está o livro “Comer, rezar, amar” de Elizabeth Gilbert.

Além disso, nada mais está planejado. Posso passar o ano novo em Portugal ou em Vigo, ficar uma semana na casa dos familiares e na outra ficar em um hotel, posso ir a Sevilla visitar minha amiga Patrízia, passear em Barcelona e Madri. Mas só vou saber meus destinos quando chegar lá. Até agora nada disso havia me preocupado, mas quanto mais perto está a viajem mais ansiosa fico. Talvez seja a decepção de ter ido ao Chile e não visitar a casa de Pablo Neruda que me deixa afoita em relação aos lugares que quero conhecer na Espanha.

Seja qual for o destino, espero cumprir a promessa a Marina e escrever um pouco sobre minhas impressões da viagem, até mesmo sobre as coisas que deixei de ver.

Jéssica Feller
que tem sérias reservas quanto a comida servida em aviões

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Homens!

Se cada vez que um homem mentisse seu pau crescesse, não existiriam mais carros de luxo. E essa é a verdade. Fico louca quando ouço uma mentira daquelas bem descaradas sair da boca de um homem, pior ainda se eu gosto dele. Não me entendam mal, eu amo os homens, com a mesma força que os odeio.

Sei que a briga dos sexos não é nada inédita, mesmo assim eu conquistei o direito de dar a minha opinião. Os homens vão se defender dizendo que as mulheres também mentem o mesmo ou até mais que os homens. Acontece que as mulheres são extremamente cuidadosas com suas mentiras (pelo menos eu sou), e na maioria das vezes mentimos para “poupar” as pessoas.

Os homens mentem para salvar a própria pele, vivem inventando historinhas que não tem nenhum fundamento e usam argumentos que não são plausíveis nem para crianças de colo. Eu não entendo qual é a dificuldade de falar a verdade, e se esse não for o caso, porque não dedicar mais tempo pensando em uma boa mentira?

O que mais me irrita não é o fato deles mentirem, é o fato deles acharem que a gente acredita em qualquer coisa que eles dizem. Homens, acreditem quando eu digo: nós sabemos quando vocês não estão afim, quando estão com outra, quando querem sair sozinhos com os amigos, quando estão bêbados. Então por favor, poupem-nos dessas desculpas esfarrapadas!

Jéssica Feller
que um dia ficará rica ensinando homens a mentir

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Me fogem as palavras

Se tem uma coisa que me intriga é a capacidade que as pessoas tem de postar texto, atrás de texto, como se as palavras fluíssem com a maior facilidade do mundo.
Há muitos dias eu tenho pensando em diversos temas que dariam bons posts. Acontece que sempre há algo que me impede de escrever, as vezes é sono, outras preguiça e muitas vezes a falta de palavras.

Quisera eu ter o humor negro da Lilian, a sensibilidade da Marina, as reflexões do Julio ou as idéias mirabolantes do Douglas. Mas não tenho, e devo me conformar. Em minha ânsia por buscar palavras leio e releio livros dos mais diversos autores. Cheguei à conclusão de que de nada adianta buscar nos outros o que me falta.


Jéssica Martinez Feller
Que se compromete a escrever um texto sem tanta lengalenga em breve

terça-feira, 13 de novembro de 2007

SILÊNCIO!


Passamos os nossos dias cercados de pessoas, seja em casa, no trabalho, na faculdade, nas ruas. Há tanto barulho o tempo todo que às vezes é quase impossível ouvir a si mesmo. Deitamos na cama e ao invés de dormir, pensamos. Nossas cabeças estão trabalhando o tempo todo e em determinado momento tudo isso parece extremamente cansativo.

Após mais um dia desses, quando eu estava longe de terminar minhas “obrigações”, cheguei a uma casa vazia, sem pai, mãe ou irmão. A casa toda só pra mim! De repente me ocorre a idéia de que eu também mereço um momento a sós comigo mesma, fazer algo que me de prazer, ficar em silêncio nem que seja por algumas horas.

Faço exatamente isso, bloqueio todas as pendências de minha mente e aproveito um longo banho, seguido pela leitura de minha mais nova aquisição pelo sebo virtual. Depois de três horas a família retorna cheia de historias para contar, o jantar estava ótimo, a banda era maravilhosa e ganharam vários prêmios. Mas no fim das contas, eu ainda acho que quem aproveitou melhor à noite fui eu. Porque muitas vezes as melhores respostas estão no silêncio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

As diferenças nossas de cada dia



Três amigas conversam sobre seus últimos “perrengues” com suas mães, ao se despedirem a conclusão é unânime: mãe é tudo igual. Mas isso não basta. Frases generalizantes no estilo: “homem é tudo igual”, “... só muda o endereço”, não servem para nada. Apenas para fazer com que a gente se sinta melhor, sabendo que por aí há pessoas passando pela mesma situação. Mas será verdade? Somos todos iguais?

Em uma sociedade onde tudo parece ser “programado”, será que estamos lutando para sermos deferentes ou tentando alcançar um lugar em meio a tudo isso? O que parece melhor: ser diferente ou pertencer? Não sei exatamente da onde vieram esses pensamentos, acredito que seja de uma vontade enorme de acreditar que todos somos seres individuais e singulares, que não podemos ser comparados nem mesmo uns com os outros.

Parece fácil não é mesmo? Todos os homens podem ser insensíveis, cretinos,traidores, afinal “são todos iguais”. Qual é o conforto que a igualdade nos traz? Por que sempre estamos tentando nos encaixar em um ou outro lugar? Existem mesmo categorias onde todas as pessoas pertencem? E se existe, quem as criou? Quem julga?
Não consigo parar de pensar que ao tentar ser diferente estou cada vez mais sendo igual a todos os outros...

Jéssica Feller
que não possui todas as respostas, mas definitivamente todas as perguntas

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O tempo

Gostoso é ter tempo de sobra, é não ter problemas na cabeça, passar mais de vinte minutos apenas observando a vista da janela do seu quarto. O céu está nublado e uma chuva fina caí molhando a grama no quintal. Apesar do frio posso ouvir o canto de alguns pássaros. Há algo mágico na chuva, ela desacelera nossas vidas, relaxa, trás um sentimento de “limpeza”.

Talvez seja porque ela lembre como são bons os dias de sol. Dias quentes na piscina, cerveja gelada na praia, deitar em uma rede. Apenas olhar pela janela já faz com que a chuva tenha um propósito. O cheiro da terra molhada, o friozinho que passa pelo corpo, o chocolate quente que aquece. São de opostos que a vida é feita.

Pequenas flores roxas caem no chão, na rua um festival de guarda-chuvas coloridos, a cidade está calma e escorregadia. Aos poucos o céu vai escurecendo, a noite chega e na cama deitada eu espero o sono vir. Escuto a chuva novamente, fecho os olhos e novamente sonho com dias quentes de verão.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A festa da vizinha

Uma vez eu li um livro chamado “Vizinho- o pentelho mora ao lado”, mas acho que só entendi o real significado desse título ontem de madrugada. Na minha rua não há muitas casas, tem o porto na frente, o sindicado dos estivadores, um bar, uma “casa de tolerância” na rua do lado, o shopping quase no quintal de casa. Mas ontem eu fui relembrada da casa na rua de trás.

Eu sabia que naquela casa morava uma senhora com quase 80 anos, o que eu não sabia é que ela é uma pagodeira! Por muito tempo eu suportei a mania dela de queimar o lixo no quintal, enquanto a fumaça impregnava a minha casa, mas ontem ela se superou.
Ás 11:30 da noite ela deu inicio a um “pagodinho no quintal”, com direito a 200 convidados, 2 grupos de pagode, lona transparente e muita, muita gritaria!

Enquanto eu tentava ler um excitante livro sobre o golpe eleitoral de 82 em SC (tudo bem estou sendo cínica, o livro não tem nada de excitante), os cavaquinhos contratados pela vizinha não paravam de fazer um barulho infernal. Lá pelas duas da manhã eu já estava de saco cheio e pronta para ligar para a polícia, mas a minha mãe tem uma “política de boa vizinhança” e um sono bem pesado.

Então fiquei eu, acompanhando a festa pela sacada. Imaginando o que leva a uma pessoa a fazer algo como aquilo, estender uma lona no quintal e pagar para cinco babacas ficarem cantando músicas de corno! Mas o que mais me indigna, é que a vizinha/pentelha não teve a capacidade de me convidar!


Jéssica Feller
que está programando um festiva de metal no quintal de casa no próximo sábado