terça-feira, 25 de setembro de 2007

O corpo


Quando as primeiras lágrimas começaram a cair, já era tarde de mais. Tudo aquilo que fora reprimido por tanto tempo, encontrou o caminho para fora. Procurou entender porque deixara se abalar pelo passado, mas eram tantas as questões em sua cabeça que não conseguia pensar em nada, nada além de sua dor.

Jogou-se no chão e permaneceu lá, esperando que alguém aparecesse e a consola-se. Ninguém veio. Correu para o telefone e discou o único número que sabia de cabeça, mas não foi atendida. Aos poucos os murmúrios transformaram-se em soluços, e só pensava em como queria ter alguém ao seu lado. Só havia silêncio.

Sua dor foi abafada pela falta de ar, pela falta de esperança, pela falta de um motivo.Tudo ficou claro, mas ela permaneceu ali, no chão, sozinha no escuro até que o ultimo sopro de vida se fosse. Levantou-se como outra mulher, não era mais uma garota, não era mais fraca e iludida. Era apenas um corpo inabitado por uma alma.

24/06/2006

Um comentário:

Unknown disse...

MR disse...
Hmmm, trágico e lindo. Mas ao mesmo tempo revigorante. A gente cai mas se levanta.

Gostoso de ler.

Amplexos.

4 de Setembro de 2007 20:42


Lilian Philippi disse...
Nossa que profundo, tanto sentimento...

Mas eu não gostei! Eu tenho medo de zumbis, corpos sem almas são zumbis e nada me fará pensar o contrário!!!!!

Beijão parceira!!

6 de Setembro de 2007 12:22