domingo, 9 de março de 2008

Palavras x Números


Os números sempre me causaram terror, afinal sou uma pessoa “das palavras”, esse desentendimento com os algarismos começou na pré - escola e dura até hoje. Tenho consciência de que há pessoas que acham tudo relacionado a eles lógico e fácil, eu não acho. Não consigo entender o motivo para termos CPF/RG/PIS/ n° pra conta em banco, etc.

Quem decretou que os números são os melhores representantes das pessoas? O que há de pessoal e explicativo em oito dígitos? Sempre acreditei na individualidade e na beleza das diferenças humanas, é por isso que fico fula quando tenho que apresentar um cartão cheio de números para provar que eu, sou eu!

Uma colega de trabalho descobriu recentemente que há em seu nome uma “empresa fantasma”. Para ela foi um choque, mas a explicação foi bem simples: “Alguém usou o número do seu CPF.”. Viram? Qual a segurança que os números nos trazem?

No auge da minha indignação pela matemática, penso em diversas formas de provar que não sou um código de barras. No fim, acabo escrevendo esse texto, pois as letras sim têm a capacidade de transmitir toda a minha pessoa. E que Pitágoras me perdoe, mas sou muito mais Camões.

Jéssica Feller
que organizará uma fogueira em praça pública para que todas as calculadoras sejam destruídas.

13 comentários:

blablabla disse...

odeio números.
só gosto daqueles que vem em notas, hahaha.
te ajuda na fogueira!

Marina.

JLM disse...

O problema é que Pitágoras não encarava os números assim como a modernidade encara. A gente desvirtuou o pensamento dele. Para ele os números eram bem mais que símbolos quantitativos ou classificatórios. Eram mágicos, eternos e internos, tinham um sentido de existência, uma intimidade com o Cosmo.

Ele dizia que os números são bem mais do que nós, humanos.

Quem decretou que os humanos são os melhores representantes dos números? O que há da natureza dos números em oito pessoas? Que segurança nós passamos para os números? Nenhuma.

Think about. Nós não gostamos dos números porque são números, não gostamos deles pela forma que os utilizamos.

1 abraço numérico & exponencial.

Guilherme disse...

No final das contas (com o perdão do trocadilho), o melhor cálculo continua sendo: 1+1=1
(post bem antigo do meu fotolog:
http://www.fotolog.com/fake_plastic_guy/8004629 )

.Ná. disse...

Odeio números também. Por isso fui estudar as Letras da nossa linguagem! ahuahuah
Bjo

Aline Wernke disse...

Não li tudo, pois estou na correria. Mais tem uma música, escrota por sinal, do papas da língua, que diz:

"numeros, numeros, numeros o que é, oque falam sobre você"


pensando bem a letra nem é tão ruim.

Guilherme disse...

minha vez de cobrar um post seu! :)
beijos

Lilian Philippi disse...

Se preferir.. escreva por extenso: um, dois, três. Assim, eles viram palavras.

Mas se a gente trocasse os números pelas letras.. quanto eu ganharia por mês? R$HRD,PL ? Vai saber

Mafê Probst disse...

Eu gosto de números. Não muito, mas gosto. Fui obrigada a gostar. Já imaginou uma engenheira que detesta os números?

Eita sina!

julio garcia disse...

Imagine se Pitágoras seria capaz de escrever algo assim, com numeros..

"O recado que trazem é de amigos,
Mas debaixo o veneno vem coberto..
Que os pensamentos eram de inimigos..
Segundo foi o engano descoberto.
Oh, grandes e gravíssimos perigos..
Oh, caminhos da vida nunca certo..
Que aonde a gente põe sua esperança..
Tenha a vida tão pouca segurança"!

Sou também, muito mais Camões.
Beijos do amigo.. J.....

julio garcia disse...

Se bem que..Trazendo pro cotidiano, esse versinho do Camões é meio sapeca. Mas continuo achando que esses caras aí, o tal do Pitágoras, Camões, Platão, Aristóteles e outros mais faziam parte de uma garnde comuindade.. acho mesmo que esses caras eram todos....umas bichonas.
Quem sabe das coisas mesmo, somos nós..
Parabéns pelo texto..
Beijos do amigo.. J....

Asdrubal disse...

O BARCO E OS NÚMEROS

"Os números aproximam-se mais da realidade do que as palavras" - Niels Bohr.

No barco, somos altamente dependentes dos números: quantos pés, quantos nós, quantas toneladas, quantos quilos, quantos litros, quantas milhas, quanto tempo, quantos graus, etc.etc.etc. Em suma, queiramos ou não, estamos navegando sempre num mar de números...

Para aqueles (como eu) que iniciaram dependendo de régua-de-cálculo e tabelas para calcular, o surgimento das calculadoras eletrônicas e, em seguida, dos PC's, foi uma coisa verdadeiramente abençoada.

O computador permitiu que todos passassem a calcular com extrema facilidade, rapidez e precisão: o médico, o biólogo, o pesquisador, etc. com suas estatísticas trabalhosas agora facilitadas; enfim, a maioria em peso aderiu.

A navegação astronômica é muito fácil; a dificuldade residia nos cálculos, trabalhosos e cansativos, o que sempre redundava em erros principalmente de conta, após um tempão calculando "na ponta do lápis". O computador desmistificou tudo.

Qualquer cálculo que vamos realizar de maneira repetitiva, merece uma programação que permita digitar os dados e obter o(s) resultado(s).
É justamente o que fizemos nos vinte programas apresentados.

Esperamos, com isto, facilitar a vida do velejador, principalmente do solitário.

Não foi fácil elaborar este trabalho; conciliar as velejadas, os cruzeiros e as delícias de um mergulho, com a paciente organização de resumos, esquemas, desenhos, etc., até chegar à fase final de correção e edição.

Conto com a boa vontade dos leitores, velejadores, desportistas, cuja paciência de chegarem até aqui já demonstra uma grande tenacidade. E espero as críticas, as sugestões, para que possamos melhorá-lo daqui em diante, nas próximas edições.

Naturalmente, fui amplamente auxiliado pelo computador, companheiro eficiente e paciente, ao mesmo tempo que tremendamente exigente, sem o qual jamais teria imaginado trilhar os meandros de tão perigosa experiência, tal é a de escrever um manual técnico de vela. Nesta fase, o auxílio de meu filho mais novo, o Fred, velejador e informata, foi inestimável. O incentivo que recebi sempre dos filhos e da esposa, me deram ânimo para chegar ao final do livro.

Os anos voam quando estamos velejando... meses parecem semanas e o dia é curto, não sendo fácil achar tempo para fazer tudo o que desejamos; da relação dos trabalhos mais importantes a executar no barco, parece que justamente as mais urgentes vão sendo adiados (talvez seja por isso que as soluções provisórias terminam por ficar permanentes...).

Hoje, já quase entrando na casa dos oitenta, não consigo compreender minha vida sem barco, sem um veleiro para poder ir para lugares fantásticos, longe do burburinho da civilização e bem ali, numa velejada. Levar a família para lugares isentos de poluição, os filhos crescendo sadios, praticando esporte, numa vida ativa e pura.
Nada disso tem preço.

Já não consigo executar tudo como antes, vinte anos atrás, é verdade (a idade pesa...), mas faço com mais vagar, com um pouco mais de esforço, com mais paciência (e, acho até mesmo, com mais esmero), com muito maior satisfação e, em conseqüência, com maior perfeição. Na mocidade a gente acha tudo natural, não dando o devido valor aos pequenos detalhes...

Embora lá fora o velejador possua muito mais meios do que aqui, os problemas são infinitamente maiores, uma vez que a natureza é bem diferente da nossa, basta lembrar as cenas de barcos jogados em terra pelos furacões, marinas inteiras destruídas pelo gelo, maremotos e terremotos, etc.etc., sem falar nas guerras...

Lá eles vivem em contato constante com verdadeiras comunidades denavegadores, tanto de regata como de cruzeiro, e a difusão de informações permite determinar as soluções possíveis para cada caso. Desde a quantidade enorme de livros, revistas, associações, marinas, palestras, conferências, etc., até ao interesse das autoridades no setor esportivo, tudo muito animador, muito promissor. Realmente, as medalhas ganhas pelos nossos valorosos velejadores valem muito mais do que se possa imaginar.

Espero que por intermédio deste pequeno e simples resumo, muitos velejadores se sintam incentivados a se aperfeiçoarem na técnica denavegação e se lancem aos grandes cruzeiros pelo nosso fantástico litoral, ao longo da nossa grande barreira de corais, com tranqüilidade e a segurança necessárias, numa velejada consciente, precisa e segura.

Asdrubal disse...

Aproveitando que já estou aquí, me arrisco mais um pouco.
Pitágoras enunciou um dos mais lindos teoremas jamais igualado: a^2=b^2+c^2
No final, o computador transformou tudo em números: 0101010101010101010101110111011000110...
Nunca diga nada que não possa ser expresso em números...
Pense, raciocine, faça um modelo equivalente, descubra sua fórmula (equação), resolva-a e escreva.
Foi assim que Johanes Kepler e Newton procederam nos anos 1600: desvendaram toda a beleza do Universo. Resolves uma equação do segundo grau? Extraes uma raiz quadrada? Use o PC que ele lhe ajuda. O homem foi a Lua e a Marte montado em números...
Sem querer desmerecer os poetas, eles teriam declamado versos muito mais bonitos se tivessem lido Pitágoras, Hiparco, Tales, Arquimedes e, naturalmente, Kepler, Newton, Leibnitz, Einstein, Hubble e tantos outros monstros dos números...
Um abraço para vocês todos.

Asdrubal disse...

O BARCO E OS NÚMEROS

"Os números aproximam-se mais da realidade do que as palavras" - Niels Bohr.

No barco, somos altamente dependentes dos números: quantos pés, quantos nós, quantas toneladas, quantos quilos, quantos litros, quantas milhas, quanto tempo, quantos graus, etc.etc.etc. Em suma, queiramos ou não, estamos navegando sempre num mar de números...

Para aqueles (como eu) que iniciaram dependendo de régua-de-cálculo e tabelas para calcular, o surgimento das calculadoras eletrônicas e, em seguida, dos PC's, foi uma coisa verdadeiramente abençoada.

O computador permitiu que todos passassem a calcular com extrema facilidade, rapidez e precisão: o médico, o biólogo, o pesquisador, etc. com suas estatísticas trabalhosas agora facilitadas; enfim, a maioria em peso aderiu.

A navegação astronômica é muito fácil; a dificuldade residia nos cálculos, trabalhosos e cansativos, o que sempre redundava em erros principalmente de conta, após um tempão calculando "na ponta do lápis". O computador desmistificou tudo.

Qualquer cálculo que vamos realizar de maneira repetitiva, merece uma programação que permita digitar os dados e obter o(s) resultado(s).
É justamente o que fizemos nos vinte programas apresentados.

Esperamos, com isto, facilitar a vida do velejador, principalmente do solitário.

Não foi fácil elaborar este trabalho; conciliar as velejadas, os cruzeiros e as delícias de um mergulho, com a paciente organização de resumos, esquemas, desenhos, etc., até chegar à fase final de correção e edição.

Conto com a boa vontade dos leitores, velejadores, desportistas, cuja paciência de chegarem até aqui já demonstra uma grande tenacidade. E espero as críticas, as sugestões, para que possamos melhorá-lo daqui em diante, nas próximas edições.

Naturalmente, fui amplamente auxiliado pelo computador, companheiro eficiente e paciente, ao mesmo tempo que tremendamente exigente, sem o qual jamais teria imaginado trilhar os meandros de tão perigosa experiência, tal é a de escrever um manual técnico de vela. Nesta fase, o auxílio de meu filho mais novo, o Fred, velejador e informata, foi inestimável. O incentivo que recebi sempre dos filhos e da esposa, me deram ânimo para chegar ao final do livro.

Os anos voam quando estamos velejando... meses parecem semanas e o dia é curto, não sendo fácil achar tempo para fazer tudo o que desejamos; da relação dos trabalhos mais importantes a executar no barco, parece que justamente as mais urgentes vão sendo adiados (talvez seja por isso que as soluções provisórias terminam por ficar permanentes...).

Hoje, já quase entrando na casa dos oitenta, não consigo compreender minha vida sem barco, sem um veleiro para poder ir para lugares fantásticos, longe do burburinho da civilização e bem ali, numa velejada. Levar a família para lugares isentos de poluição, os filhos crescendo sadios, praticando esporte, numa vida ativa e pura.
Nada disso tem preço.

Já não consigo executar tudo como antes, vinte anos atrás, é verdade (a idade pesa...), mas faço com mais vagar, com um pouco mais de esforço, com mais paciência (e, acho até mesmo, com mais esmero), com muito maior satisfação e, em conseqüência, com maior perfeição. Na mocidade a gente acha tudo natural, não dando o devido valor aos pequenos detalhes...

Embora lá fora o velejador possua muito mais meios do que aqui, os problemas são infinitamente maiores, uma vez que a natureza é bem diferente da nossa, basta lembrar as cenas de barcos jogados em terra pelos furacões, marinas inteiras destruídas pelo gelo, maremotos e terremotos, etc.etc., sem falar nas guerras...

Lá eles vivem em contato constante com verdadeiras comunidades denavegadores, tanto de regata como de cruzeiro, e a difusão de informações permite determinar as soluções possíveis para cada caso. Desde a quantidade enorme de livros, revistas, associações, marinas, palestras, conferências, etc., até ao interesse das autoridades no setor esportivo, tudo muito animador, muito promissor. Realmente, as medalhas ganhas pelos nossos valorosos velejadores valem muito mais do que se possa imaginar.

Espero que por intermédio deste pequeno e simples resumo, muitos velejadores se sintam incentivados a se aperfeiçoarem na técnica denavegação e se lancem aos grandes cruzeiros pelo nosso fantástico litoral, ao longo da nossa grande barreira de corais, com tranqüilidade e a segurança necessárias, numa velejada consciente, precisa e segura.