segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Jornalismo cidadão

O mundo virtual hoje não é mais um escape do “mundo real”, ele é uma extensão.
Esse “novo mundo” é cheio de facilidades e de informações, ele permite uma aproximação não só entre os seres humanos mas, também que cada um de nós possa usufruir de ferramentas que antes só estavam disponíveis a um seleto grupo.
Esse poderoso meio de comunicação chamado internet, admite que todas as pessoas tenham acesso a qualquer informação que seja publicada e indo além, ele pode transformar qualquer indivíduo em um comunicador.

No “jornalismo cidadão” a pessoa que tem acesso a uma câmera digital, a um celular que bata fotos e que esteja conectado a internet, pode pautar matérias e informar como um profissional da área. Se antes a participação do leitor, telespectador e ouvinte se limitava a cartas, ligações ou a responder alguma enquête, hoje eles podem se tornar os próprios agentes comunicadores.
Essa prática está cada vez mais sendo incorporada aos grandes veículos de comunicação impressos, que dão ao leitor espaço para mandarem fotos, vídeos e textos. Por mais que pareça maravilhosa tal liberdade ficam no ar alguns questionamentos.

O primeiro e o mais obvio é: onde ficam os jornalistas nessa história? Para alguns o papel se limita a filtrar e corrigir os textos e informações, outros como Sérgio Murillo Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) defendem que “O jornalismo deve ser feito por jornalistas. Essa modalidade não exclui a responsabilidade do jornalista sobre aquilo que será publicado.”

Esta talvez seja uma das questões mais graves, a da responsabilidade junto à publicação, no Brasil não existem leis especificas para o conteúdo da internet, sendo assim eu posso dar qualquer informação sem que essa seja questionada. A veracidade das notícias não é checada como nos outros meios de comunicação. Como você pode então confiar no que esta lendo? Como pode ter certeza da real autoria de um texto, notícia ou imagem?

Essa transformação porém, pode servir como um incentivo a discussão e reflexão por parte dos cidadãos que agora não estão somente absorvendo informações mas, que também participam da mídia. Os jornalistas não são apenas comunicadores da realidade, mas fazem parte de um grupo modificador. A tentativa de atrair o publico e lançar questionamentos talvez nunca tenha sido tão bem sucedida. Cabe aos jornalistas não só corrigir textos e filtrar informações mas, serem mediadores das discussões e questionamentos levantados por ambas as partes.

Textos base: “Nós a mídia”-Revista Imprensa n° 222 – Abril, 2007
“O que é o virtual” de Pierre Lévy (págs 147 a 150)

Um comentário:

Caique Gonçalves disse...

Com essa nova concepção de interatividade com a informação, é necessária uma releitura da atividade jornalística e se solidifica ainda mais, na minha opinião, seu caratér de mediador, capaz de produzir análises e reflexões sobre os diversos temas

Escrevi no meu último post sobre o jornalismo cidadão desenvolvido em um programa aqui da Bahia, o Bahia Esporte, se quiser dê uma olhada.

Abs
http://caiquegoncalves.blogspot.com