terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O novo de novo

Quando as pessoas entraram em nossas vidas elas sempre trazem algo novo, uma espécie de presente que só se reconhece depois de algum tempo. Uns nos ensinam a ter mais paciência diante dos problemas, outros um novo passo de dança, tem aqueles que mostram o valor da gargalhada fora de hora e outros a beleza das lágrimas. Mas, assim como somos presenteados também somos saqueados de nossos sentimentos, crenças, prazeres, desejos. Todas as grandes dores não nascem do que ficou e sim do que foi levado, do que nos foi tirado, na maior parte das vezes, à força.

Por algum tempo agora eu tenho esperado que alguém surja em minha vida e devolva tudo aquilo que me é de direito, todos aqueles sonhos e desejos que foram carregados por pessoas que se foram, palavras gritadas, injustiças testemunhadas. Só agora percebo que não cabe a ninguém devolver o que sempre me pertenceu. Clamei por tudo o que perdi e no mesmo momento me foi entregue a paz de quem acredita na recompensa do trabalho, no poder dos pedidos feitos às estrelas, na cura que vem de um beijo, nos sinais quase imperceptíveis que sussurram que tudo ficará bem.


Depois de tanto tempo me alimentando das palavras alheias eu declaro aberta uma nova temporada de palavras próprias, sem meias palavras.